Comprar um apartamento na planta:
um guia completo
A compra de um apartamento na planta é um
investimento bastante convidativo, mas que gera muitas dúvidas. O valor
realmente é vantajoso? Como é feita a documentação? Qual é o prazo para a
entrega das chaves? Qual é a garantia de que o imóvel será finalizado
exatamente conforme o projeto?
Essas e outras dúvidas são comuns e podem trazer
receios quanto ao investimento. Quando o apartamento será financiado, então,
surgem ainda mais perguntas. O processo é o mesmo do que o de um imóvel
pronto? Quando as parcelas começam a ser pagas? E a entrada, pode ser acertada
aos poucos?
Para responder a todas essas questões, preparamos
um guia completo! Você verá quais são as vantagens de comprar um apartamento na
planta, saberá tudo sobre o processo de financiamento e, ainda, conhecerá
algumas dicas para um bom planejamento financeiro e para a escolha de uma incorporadora de confiança. Acompanhe!
É vantagem comprar um apartamento na planta?
Para quem está confortável atualmente — seja porque
já tem um imóvel próprio, seja porque não paga aluguel ou paga um aluguel que
não compromete o orçamento —, o financiamento imobiliário de um
apartamento na planta pode ser ainda mais vantajoso do que o de uma construção
pronta.
Como o empreendimento ainda está em fase de obras,
as condições de parcelamento costumam ser mais acessíveis. Além disso, o valor
total do imóvel na planta normalmente é menor em mercado. Desse modo, a
tendência é que haja uma boa valorização após a entrega das chaves.
É especialmente por esse motivo que muitos
investidores buscam imóveis na planta: a probabilidade da aplicação se mostrar
muito rentável é grande. Veja mais sobre essa e outras vantagens abaixo.
É mais seguro em relação à documentação
O investimento em um apartamento na planta tem como
grande vantagem a segurança maior em relação à documentação do imóvel. Como o
imóvel nunca foi habitado até então, todos os registros, inventários e afins
são novos, o que garante ao comprador que esses processos sejam mais
descomplicados.
Quando houve um proprietário anterior, os
documentos podem ter irregularidades ou partes incompletas que geram mais dor
de cabeça no momento da transferência de direitos. Sem contar que todos os
trâmites, no caso do imóvel na planta, são resolvidos sem terceiros (Imóvel
é transferido diretamente ao comprador como primeiro proprietário).
Valorização
O preço do apartamento na planta costuma ser mais
acessível, então, você paga menos por um imóvel que terá o valor de um novo
depois de pronto. É claro que aqui importa sua condição de moradia atual: se
precisa pagar aluguel até a entrega das chaves, a soma final de custos pode ser
a mesma que para um empreendimento novo. Temos também as taxas de financiamento
e despesas de transferência do mesmo, que geralmente são diferentes para imóvel
novo e imóvel usado.
No entanto, especialmente se o apartamento se
localiza em uma área com potencial de crescimento, essa valorização pode ser
muito rentável para o comprador, ou em uma região que tanto lhe agrada mas um
imóvel novo fica inviável, isso vale tanto se pensarmos em consolidação de patrimônio
como nos casos de uma possível venda futura.
Um Apê Novinho
Por último, há a vantagem de receber um imóvel
absolutamente novo: fiações, pinturas, louças e outros acabamentos estão
recém-feitos e instalados. Isso também ocorre na compra de um apartamento que
acabou de ficar pronto, mas o empreendimento que ainda está em obras recebe o
que há de mais novo no ramo da construção civil.
Então, as chances de um imóvel comprado na planta
estar em melhores condições do que um pronto é grande. Uma construtora
experiente e confiável provavelmente usará os materiais e equipamentos mais
modernos, resistentes e duráveis comercializados no momento.
E o financiamento de um imóvel na planta?
O financiamento de um apartamento na planta
funciona em duas partes. Na primeira, o acordo é sempre feito diretamente com a
construtora ou incorporadora responsável pelas obras. Nesse momento, é feito o
pagamento da entrada do imóvel, de algumas taxas mensais e do Índice Nacional
de Construção Civil (INCC).
É possível dar início ao financiamento do saldo
simultaneamente, como falaremos adiante, mas o mais comum é que o contrato de
parcelamento só seja feito após a entrega das chaves. Essa segunda etapa pode
ser feita com uma instituição bancária ou com a própria incorporadora.
Abaixo, confira algumas das principais dúvidas na
hora de investir em um financiamento de apartamento na planta.
Quando é feita a entrega das chaves?
A entrega das chaves é feita na conclusão da obra.
O prazo para o término da construção é previamente acordado entre a construtora
e o comprador e costuma ser de alguns anos. No entanto, os contratos
normalmente englobam um período de 180 dias de tolerância para atrasos.
Essa eventualidade é esperada, afinal, toda
construção civil está sujeita a imprevistos. Porém, extrapolar esse prazo pode
garantir ao comprador uma indenização por parte da construtora. O cumprimento
da entrega está previsto no Projeto de
Lei 178/2011, que aguarda aprovação pelo Senado.
É possível rescindir o contrato?
Assim como a empresa tem obrigações para com o
comprador, o contrário também ocorre. A possibilidade de rescindir o contrato
existe, mas a construtora ou incorporadora tem o direito de reter uma
porcentagem dos valores pagos — salvo alguns casos, como em atrasos excessivos
para entrega do empreendimento.
Como garantir que o imóvel será conforme o
combinado?
Assim que o comprador assina o contrato a Promessa
de Compra e Venda, no ato da compra do apartamento na planta, ele passa a deter
os direitos aquisitivos do imóvel. Nesse momento, recebe o Memorial Descritivo
do Imóvel, um importante documento que deve bem observado e guardado.
Nele, devem constar detalhes sobre a obra e o
planejamento do empreendimento negociado, como:
os objetivos da construção;
as normas técnicas observadas;
a descrição do local de desenvolvimento da obra;
os movimentos de terra e as fundações necessárias;
os detalhes referentes às instalações, como
metragem, concretagem e impermeabilizações;
o acabamento das paredes, da cobertura, das
esquadrias e dos revestimentos etc.
Com essas informações registradas e aprovadas junto
aos órgão devidos, você terá a garantia de entrega conforme descrito em
contrato e memorial.
Qual é a documentação para o financiamento?
Qualquer tipo de financiamento — de carros a
imóveis prontos ou na planta — envolve uma série de procedimentos burocráticos.
O objetivo é tornar a negociação o mais segura possível, tanto para o vendedor
quanto para a instituição financeira que concederá a linha de crédito. Por
isso, costuma-se exigir do comprador:
documento de identidade: para comprovar a
identidade civil do interessado;
certidões negativas: para comprovar que não há
restrições, ações cíveis ou débitos em aberto no nome do comprador;
certidão de nascimento ou casamento: para que haja
a anuência do cônjuge, em caso de comunhão de bens;
comprovantes de renda: para garantir à instituição
financeira que o pagamento das parcelas será possível.
Essa documentação do financiamento não é exigência exclusiva do comprador. Vendedores também precisam
comprovar uma série de coisas para a instituição que concederá o crédito, sobre
sua própria idoneidade e também acerca das condições legais do imóvel. (Proporcionando
mais uma segurança para você)
Este financiamento pode ser feito durante a construção
do imóvel ou após entrega, dependendo da modalidade de construção. Geralmente o
imóvel dentro do Minha Casa Minha Vida, as obras são na Modalidade
Associativa, mas o que não impede de imóveis fora do programa contrate a
mesma modalidade. Nesta modalidade, a aprovação do crédito e contratação é
feita ainda durante a construção do imóvel.
O que entra na conta?
Existem duas formas de se comprar um apartamento na
planta: o financiamento associativo
e o repasse de recursos. A diferença é que, no primeiro, fecha-se o contrato
junto à instituição financeira ao mesmo tempo em que há a compra com a
construtora. Já no segundo, o financiamento só começa após a entrega das
chaves.
Mesmo no caso do processo associativo, o
financiamento só inicia a amortização do saldo após a conclusão da obra (com a
liberação do Habite-se). Até lá, o comprador vai adiantando taxas
administrativas e juros.
Durante o período de obras, na opção associativa ou
de repasse de recursos, são pagos mensalmente para a construtora:
Índice Nacional de Construção Civil (INCC): a taxa
oficial para empreendimentos habitacionais que se refere a evolução da obra. O
índice é corrigido mensalmente e aplicado sobre o saldo devedor do imóvel.
Normalmente, varia entre 0,10% e 0,50%;
seguro de danos físicos ao imóvel (DFI):
obrigatório para todos os financiamentos realizados sob o Sistema Financeiro de
Habitação (SFH), representa cerca de 3% do valor da prestação;
seguro de morte e invalidez permanente (MIP):
também obrigatório do SFH, pode representar de 1% a 2% do valor do imóvel;
taxas administrativas: custos referentes à
avaliação e manutenção burocrática do financiamento;
entrada parcelada: mesmo que o financiamento
só seja iniciado após a entrega das chaves, no ato da compra a entrada é exigida.
No caso do apartamento na planta, o sinal normalmente pode ser parcelado até a
conclusão da obra, a depender das condições oferecidas pela empresa.
Após o término da construção, a construtora emite o
Habite-se junto à prefeitura, também conhecido como Auto da Conclusão da Obra.
Depois disso, o comprador pode dar início ao financiamento bancário para
quitação do saldo devedor.
O INCC para de ser corrigido, mas a cobrança dos
seguros habitacionais (DFI e MIP) continuam. As taxas administrativas dão lugar
ao Custo Efetivo Total (CET), que engloba todos os encargos referentes à
concessão de crédito, como impostos e outras taxas. (Tudo já calculado dentro
das parcelas do financiamento habitacional)
Nesse momento, o comprador também começa a
amortizar a dívida e a acertar os juros do empréstimo. Essa relação pode se dar
a partir de vários sistemas, entre os quais os mais comuns são:
Sistema de Amortização Constante (SAC): em que a
porcentagem da parcela referente à amortização é constante, e os juros são
recalculados em cima do saldo devedor durante todo o financiamento. Assim, as
parcelas costumam começar mais altas e terminar mais baixas;
Tabela Price: nesse sistema há proporção entre
juros e amortização, de modo que, em teoria, as parcelas sejam constantes do
início ao fim do financiamento. No Brasil, é pouco praticado e sofre correção
com base na Taxa Referencial (TR), então, as mensalidades são variáveis.
Qual é a economia por trás da compra?
Todas essas etapas ao comprar imóvel na
planta são acompanhadas de perto pela imobiliária de sua escolha e
confiança. Então, não se assuste com a quantidade de informações, tudo será
explicado etapa por etapa. Agora, vamos ao que mais interessa, a economia por
trás desse investimento.
Melhores condições de financiamento
A aquisição de um imóvel próprio é um sonho que
acompanha boa parte da população, principalmente para as famílias que
desejam sair do aluguel. No entanto, o alto custo envolvido impede que a
maioria realize a compra à vista. Nesse sentido, o financiamento surge como uma
solução.
Porém, para conseguir uma boa linha de crédito
junto a uma instituição bancária, muitos aspectos são levados em conta: o
perfil do comprador, a análise de crédito, o prazo desejado para quitação da
dívida etc.
O valor da entrada é um dos pontos que mais
influencia as condições do financiamento. Normalmente, é exigido o acerto de no
mínimo 40% do preço total do imóvel no ato da compra. Já no caso do apartamento
na planta, essa porcentagem cai para 20-30%.
Além disso, as incorporadoras costumam oferecer
facilidades para o pagamento da entrada, como o parcelamento. Assim,
a aquisição imobiliária se torna muito mais acessível e econômica
para a família, que pode realizar os pagamentos mensais com calma, sem
comprometer o orçamento.
Redução das taxas de juros
O momento é propício para o mercado imobiliário.
Todas as transações de compra e venda, além do setor de construção civil,
sofrem impactos diretos das flutuações das taxas referenciais de juros. Nos
financiamentos — tanto de imóveis prontos como na planta —, as condições do
mercado são ainda mais importantes.
Nesse sentido, o ano de 2019 nos trouxe muitas
novidades. A queda histórica da Selic (a taxa básica de juros que
influencia vários setores da Economia) em 2018 permanece estável nos próximos
meses, na marca de 6,50% ao ano. Então, o contexto é positivo para diversos
tipos de investimentos, especialmente os de renda variável, como os imóveis.
Por outro lado, o setor da construção civil tem
expectativa de crescimento de 10% a 15% neste ano, em um movimento ascendente que já vinha sendo registrado ao longo de
2018. A baixa nos juros somada a essa tendência formam um cenário favorável
para a compra de imóveis na planta, com maior tendência de valorização.
Como se planejar para a compra do imóvel?
Tudo bem, o contexto é animador. Ainda assim, o
investimento em um apartamento na planta envolve quantias significativas de
dinheiro e um comprometimento de longo prazo. Por isso, atente para o
planejamento antes de começar a procura.
Organize o orçamento familiar
O primeiro passo para investir em um
imóvel é organizar sua vida financeira. Lembre-se de que as parcelas são
altas (podem corresponder a 30% da renda familiar), o prazo do contrato é longo
e, principalmente, que a garantia de financiamento é de alienação fundiária.
Isso significa que, em caso de inadimplência por um
período determinado (que varia de contrato a contrato), o imóvel pode ser
retido pela instituição financeira e os moradores são obrigados a retirar-se.
Por isso, pense não somente na quantia que precisa ser levantada para a
entrada, mas também na estabilidade financeira para dar conta de todo
o acerto. Algumas dicas são:
ter um controle detalhado das receitas e das
despesas da família;
eliminar gastos supérfluos para
gerar economia;
iniciar uma reserva financeira para imprevistos;
pagar possíveis dívidas para não ter restrições no
CPF;
quitar outros financiamentos antes de iniciar um
novo;
separar o valor da entrada do financiamento, das
despesas com documentação e da mudança.
Faça simulações de financiamento
Se já está com a planilha de orçamento em ordem e sem
dívidas, é hora de começar a “bater perna”. Visite os empreendimentos da sua
região, contate as incorporadoras e faça simulações de prazos e valores para
ter uma ideia do mercado local.
Utilize também os simuladores online de grandes
instituições financeiras e compare com as condições de financiamento
diretamente com a incorporadora. Muitas vezes, o negócio feito dessa forma pode
ser bem mais vantajoso para o comprador, embora os prazos para quitação total
do imóvel costumem ser menores.
Observe o cálculo de correção
Em todas essas simulações, observe os cálculos de
correção de juros, de taxas e, principalmente, do INCC. Se tiver dúvidas,
procure um profissional especializado para prever o valor real das prestações.
Esse passo é importante para não ser pego de surpresa sem preparo
financeiro.
Como se dá a personalização do imóvel?
Como dissemos no início do texto, uma das grandes
vantagens de investir em um imóvel na fase de obras é a possibilidade de
personalizá-lo. Assim, é possível morar em um apartamento que atende as
necessidades e os gostos da família, sem precisar lidar com reformas após a
mudança. Porém, como exatamente se dá essa customização?
Bom, logo de início, o comprador provavelmente terá
mais do que uma opção de planta no empreendimento. Metragens diferentes,
existência de varandas ou disposições alternativas dos cômodos de modo
a otimizar os espaços costumam entrar na discussão no ato da compra.
Mesmo que os projetos não agradem 100%, o novo proprietário pode sugerir
mudanças.
É claro que há limites para essa personalização e
regras conforme construtoras, que têm a ver com a estrutura do prédio, a
passagem de encanamento e outros pontos que podem ser levantados pela equipe de
engenharia. No entanto, o comprador tem uma possibilidade maior de adquirir um
imóvel exclusivo, que combine com seu estilo de vida.
Na etapa de acabamentos e esquadrias, novamente o
futuro proprietário pode entrar com sugestões. Normalmente, a construtora
oferece opções de materiais e estilos selecionados previamente, e o
comprador toma as decisões em conjunto.
Como escolher a melhor empresa para o
financiamento?
A esta altura da leitura, você já conhece alguns
dos principais pontos sobre o financiamento imobiliário de um apartamento na
planta. Então, é hora de contratar uma incorporadora e dar início a esse
importante investimento. Veja algumas dicas para não errar na escolha.
Pesquise sobre as condições de compra
Não se deixe comprar pelo primeiro panfleto de
empreendimento em construção que você receber. A compra de um apartamento na
planta é um grande passo e exige racionalidade. Por isso, faça um levantamento
das incorporadoras que atuam na região de seu interesse e conheça uma por uma,
inclusive visitando empreendimentos já entregues.
Entre em contato para ter pistas sobre o tratamento
da empresa para com seus clientes e a prestatividade nos serviços — o que é
muito importante nesse caso, já que o relacionamento será longo. Além disso,
compare as condições de pagamento e escolha o melhor custo-benefício.
Confira se existem reclamações nos serviços de
proteção ao consumidor
Outra dica é usar a internet a seu favor antes de
contratar o serviço de uma construtora ou incorporadora. Sites de proteção ao
consumidor são muito úteis para avaliar a idoneidade da empresa. Alguns dos
mais utilizados são o Proteste, o Procon e o Reclame Aqui.
Também vale a pena consultar o CNPJ no site da
Receita Federal e procurar antigos clientes para perguntar sobre a experiência
com determinada construtora ou incorporadora. Ainda, corretores de sua
confiança podem indicar as melhores empresas da região.
Tire todas as dúvidas sobre detalhes do contrato
Contratos são documentos importantes e que devem
ser lidos e relidos do início ao fim antes de serem assinados. Isso vale para
qualquer tipo de contratação, compra ou venda, mas no caso de imóveis, a
atenção precisa ser redobrada, até porque o investimento é alto.
Então, observe cada cláusula e questione qualquer
detalhe que gerar dúvidas. Se for possível, conte com o auxílio de um advogado
ou corretor de confiança. Pergunte sobre todas as taxas e correções, prazos,
consequências por atraso ou rescisão e tudo mais que não estiver totalmente
claro.
Para finalizar o texto, uma última dica: não se
esqueça de fazer um arquivo com toda a documentação do processo, como
correspondências, contratos, termos e, especialmente, o Memorial Descritivo do
Imóvel.
Comprar um apartamento na planta tem tudo para ser
um excelente investimento, mas exige planejamento, cautela e confiança na
empresa contratada.
E ai, agora que já se tornou um especialista em
imóveis na planta, me conta:
Você acha que é mais vantajoso comprar um imóvel em
construção ou pronto?
Deixe um comentário com a sua opinião!
Um Grande abraço, fique com Deus e até a próxima.
Thiago Samora
Diretor Prestigiar Imóveis
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